segunda-feira, 24 de outubro de 2016

madrugada












O que se passa?, pergunta. É que não se pousa, com vagar, o olhar em nada, diz-lhe ela naquele receio de que ele não a entenda.​ Nem o pensamento se demora, salta da frescura da manha, para um ecrã qualquer​, vagueia pelas aves e pelas flores como se não se tratasse de milagres. ​


Tinha acabado de respirar o ar frio da madrugada, ao som do canto da ave, e das cores profundas de um dia que acorda depois de uma noite de temporal, inspirando o milagre da criação, e no mesmo minuto, baixado o olhar e a atenção para aquele teclado onde escreve​ ​ só com a ponta dos dedos.

A vida acaba por passar sem que a saboreie, sem que a louve. Apenas instantes fugazes de prazer.











6 comentários:

  1. E sem nada a comentar... só dizer que é bom, muito bom, ler a Ana pela manhã.

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  2. e sem nada a responder. só a agradecer :)
    obrigada, conta corrente. bom dia!

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  3. A vida não volta atrás Ana, temos de a viver e saborear :) Boa noite

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  4. Eu sei, mas saber não chega.
    Bom dia, Maria.

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  5. se todos os dias bebermos a vida com a mesma intensidade, ao invés de ébrios, ficamos insensíveis...

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  6. aí está uma coisa que eu nunca tinha pensado, Manuel...tens razão.

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